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Onde surgiu a farmácia de manipulação

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a história das farmácias de manipulação não é recente. Ela se desenvolveu junto com a medicina tradicional, desde os primórdios do estudo da medicina como ciência. Na Pré-História o homem procurava a cura para seus males na natureza, obtendo recursos minerais, vegetais e animais.

O processo realizado hoje na descoberta de novos medicamentos hoje já era feito pelo homem primitivo. Evidentemente, de maneira mais rudimentar. O ser humano aprendeu a testar e observar os efeitos das substâncias que utilizava. Através da seleção e conservação daquelas que surtiam efeito, os agrupamentos humanos deram início a uma tradição medicinal.

Muitas vezes a observação do instinto animal ajudou no conhecimento de substâncias remediadoras. Alguns animais – como o cachorro e o gato -, quando estão passando mal, ingerem plantas para se curar. Todas aquelas que geravam efeito positivo logo após eram experimentadas também pelo homem. Essa observação foi essencial para a espécie humana perceber que poderia extrair remédios para suas doenças diretamente da natureza.

Os primeiros relatos que temos sobre as práticas medicinais são do Egito Antigo, por volta do ano 4.600 a.C. As descrições históricas abordam tratamentos de problemas bucais, como, por exemplo, dores de dente e infecções na gengiva.

Até meados do século X (portanto, no final da Alta Idade Média) a medicina e a farmácia eram consideradas atividades profissionais limitadas à comercialização de remédios. Quando alguém precisava de uma consulta, solicitava o serviço do boticário. Ele era responsável por ir à casa do paciente, realizar o diagnóstico e receitar medicamentos. É o início da farmácia de manipulação como conhecemos hoje.

Pouca coisa mudou na atividade nos dez séculos seguintes. É interessante notar que a comercialização de remédios da maneira como conhecemos hoje começou a tomar forma bem recentemente. A farmácia de manipulação era a “farmácia tradicional”, pois não havia a produção de remédios com dosagens específicas, da maneira que a indústria farmacêutica faz hoje. Os médicos baseavam-se em receitas exclusivas para manipular os remédios de acordo com as dosagens.

No Brasil, as primeiras farmácias e boticários foram construídos em colégios pelos padres jesuítas. Eles eram responsáveis por cuidar dos pacientes e preparar os remédios. Como havia muita falsificação de medicamentos na época, os padres preferiam criar os remédios, com ajuda do conhecimento dos Pajés, do que usar os que chegavam da Europa. Ou seja, as primeiras farmácias de manipulação do país, propriamente ditas surgiram pela iniciativa dos padres e do conhecimento dos indígenas.

No século XX, mesmo com a indústria moderna em plena ascensão, a manipulação continuou extremamente importante para o mercado da saúde. A produção de remédios específicos, como ácidos para a pele e cremes para alergias, é feita, principalmente, pelas farmácias de manipulação. Muitos problemas de saúde exigem receitas específicas para cada paciente. Isso é muito comum no tratamento de doenças de pele, pois cada pessoa tem necessidades bastante específicas.

Ao longo de tantos séculos é possível perceber que as farmácias de manipulação evoluíram muito, assim como a medicina de uma maneira geral. Mas elas mantiveram suas características primordiais, ao contrário da indústria farmacêutica, que se ramificou. Por causa da sua longa tradição e eficiência, as farmácias de manipulação continuarão a ter seu papel essencial para a saúde humana.

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